segunda-feira, 28 de maio de 2007

A BUNDA




"A bunda, que engraçada.

Está sempre sorrindo, nunca é

trágica.


Não lhe importa o que vai

pela frente do corpo. A bunda

basta-se.


Existe algo mais? Talvez os seios.

Ora - murmura a bunda - esses garotos

ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmea

sem rotundo meneio. Anda por si

na cadência mimosa, no milagre

de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte

por conta própria. E ama.

Na cama agita-se. Montanhas

avolumam-se, descem. Ondas batendo

numa praia infinita.


Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz

na carícia de ser e balançar

Esferas harmoniosas sobre o caos.


A bunda é a bunda

redunda."